Doe agora
26 de julho de 2024 | Publicado por: Feminismos Plurais

As oportunidades são mesmo iguais para todos?

é tempo de reflexão e de traçar novas estratégias no combate cada vez mais ativo e potente contra as desigualdades.

Compartilhe

Apesar dos avanços conquistados ao longo dos anos pelas mulheres, a discriminação continua sendo o principal fator de diferenciação entre elas e homens no mercado de trabalho.

Sob uma perspectiva racial, segundo levantamento divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apesar das perspectivas de crescimento econômico neste ano, a retomada das atividades após a pandemia da Covid-19 e a queda do desemprego não diminuiu a diferença entre trabalhadores brancos e negros.

A pesquisa aponta que a taxa de desocupação por raça e sexo no segundo trimestre de 2023 foi de 11,7% para mulheres negras, contra apenas 7% para mulheres não negras. A pesquisa demonstra como a discriminação pode afetar o processo de contratação e o menor acesso das mulheres negras a redes de contatos profissionais.

No mesmo sentido, em outro estudo, o DIEESE aponta que mesmo quando empregadas, as mulheres negras frequentemente ganham bem menos que os homens brancos e mulheres brancas em posições equivalentes. Em 2022, o rendimento médio de uma mulher negra chegava a R$ 1,7 mil frente a R$2,7 mil de uma mulher branca e R$3,7 mil de um homem branco.

Já quando se fala em cargos de direção e gerência, novamente as executivas negras têm o menor índice de ocupação nessas funções: representam 2,1%, enquanto entre as executivas brancas, o índice chega a 4,7%.

Quando falamos de mulheres que são mães ou gestantes, sabemos que a situação é ainda mais agravada. Uma pesquisa realizada pela Faculdade Getúlio Vargas, em 2016, revelou que 12 meses após o período de licença-maternidade metade das mulheres que são amparadas por este direito já não está mais no mercado de trabalho.

O estudo também foi capaz de demonstrar que existem diferenças quando fazemos um recorte de escolaridade. Mulheres que têm curso superior apresentam queda de emprego de 35% após 12 meses da licença, enquanto mulheres com níveis mais baixos de escolaridade chegam a uma queda de 51%, evidenciando que a discriminação é também reflexo de desigualdade social.

O cenário é preocupante e latente, tendo em vista que a maior população afetada pela informalidade é jovem e em idade economicamente ativa. Evidencia, também, que o histórico de preconceitos tem furtado a possibilidade de mudanças de vida e acesso a oportunidades dessa população.

Neste “Julho das Pretas”, em que celebramos o dia da Mulher Negra, Latina e Caribenha e todas as conquistas alcançadas ao longo dos séculos, é também tempo de reflexão e traçar novas estratégias no combate cada vez mais ativo e potente contra as desigualdades.

Gostou do conteúdo? Esse será o próximo tema da nossa roda de conversa que vai acontecer na segunda-feira, no Espaço Feminismos Plurais, no dia 29/07 a partir das 14h.

Depois da roda você poderá esclarecer suas dúvidas relacionadas a direito do trabalho, previdenciário e de família individualmente. Espaço Feminismos Plurais e LBS Advogadas e Advogados: seu lugar de fala, seu lugar de direitos. Te esperamos a partir das 14h, na Avenida Chibarás 666, Moema.