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03 de maio de 2024 | Publicado por: Feminismos Plurais

Mercado de trabalho e maternidade

O debate sobre a situação da mulher em conciliar sua maternidade e carreira são urgentes, uma vez que não mais cabe no mundo moderno a escolha entre ser mãe ou ser trabalhadora.

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Apesar dos avanços conquistados pelas mulheres ao longo dos anos, a discriminação continua sendo o principal fator de diferenciação entre elas e homens no mercado de trabalho. Quando falamos de mulheres que são mães ou gestantes, a situação é ainda mais agravada.

Uma pesquisa realizada pela Faculdade Getúlio Vargas, em 2016, revelou que 12 meses após o período de licença-maternidade, metade das mulheres que são amparadas por este direito já não estão mais no mercado de trabalho.

O estudo também foi capaz de demonstrar que existem diferenças quando fazemos um recorte de escolaridade. Mulheres que tem curso superior apresentam queda de emprego de 35% após 12 meses da licença, enquanto mulheres com níveis mais baixos de escolaridade chegam a uma queda de 51%, evidenciando que a discriminação é também reflexo de desigualdade social.

Vale destacar que, de acordo com a Lei 14.020, as mulheres devem ter estabilidade de emprego desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto.

Antes mesmo do ingresso na empresa, as perguntas para as candidatas em processos seletivos podem ser mais invasivas do que as perguntas feitas para os homens. Enquanto eles são questionados sobre a sua capacidade intelectual e experiência profissional, elas recebem questionamentos sobre o desejo de ter ou não filhos e se possuem, quem é o responsável por cuidar das crianças. Não é incomum o relato de mulheres que perderam vagas ou chances de emprego em razão da maternidade.

Assim, é palpável que o equilíbrio entre maternidade e permanência no mercado de trabalho engloba desafios e obstáculos que independem das mulheres, uma vez que o excesso de demanda de cuidado e a escassez de oportunidades prejudica em potencial o seu bem-estar físico e mental.

O preconceito social se reflete no ambiente de trabalho como a falta de oportunidades nas empresas, uma vez que tem-se a percepção discriminatória de que mães se tornam menos comprometidas com as suas atribuições no trabalho, já que perdem desempenho ao dedicar mais tempo e atenção nos cuidados com seus menores.

O debate sobre a situação da mulher em conciliar sua maternidade e carreira são urgentes, uma vez que não mais cabe no mundo moderno a escolha entre ser mãe ou ser trabalhadora. Atribuições profissionais não podem ser suprimidas ou diminuídas pela maternidade. Assim, os números demonstram que a reflexão e apoio a essas mulheres devem ser coletivas, através de mudanças nas políticas empresariais e na consciência social.

Gostou do conteúdo? Esse será o próximo tema da nossa roda de conversa que vai acontecer na próxima segunda-feira no Espaço Feminismos Plurais, no dia 06/05 a partir das 14h. 

Depois da roda você poderá esclarecer suas dúvidas relacionadas a direito do trabalho, previdenciário e de família individualmente. Espaço Feminismos Plurais e LBS Advogadas e Advogados: seu lugar de fala, seu lugar de direitos. Te esperamos a partir das 14h, na Avenida Chibarás 666, Moema.