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12 de novembro de 2024 | Publicado por: Feminismos Plurais

Movimento Hip-Hop; denúncia e resistência

é uma fonte enriquecida de possibilidades e perspectivas de vivenciar o mundo fora do estigma da dor, mas através do poder da arte e do coletivo.

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Em 2023, o Movimento Hip-Hop completou 50 anos de existência e resistência em todo o mundo. O movimento nasceu em Nova York, no bairro do Bronx, em u contexto de profunda transformação do espaço urbano da cidade em meio a miséria e desemprego das populações negras, migrantes e periferias dos Estados Unidos, que resultou nesse símbolo de luta multicultural efervescente.

A arma social utiliza-se da arte, da música, da dança e da política para denunciar, enaltecer e desafiar padrões estigmatizantes e preconceituosos em nossa sociedade. O rap (rythym and poetry), o grafite e o break são exemplos deste movimento.

No Brasil, o movimento ganhou força em São Paulo, principalmente com o grupo “Racionais MCs”. Fundado em 1988, suas músicas, denunciavam a violência e o racismo diários que essencialmente atravessa a vivência de jovens negros e pobres.

O hip-hop não pode ser considerado como um “gênero musical” como muitos o restringiram por alguns anos; é uma junção de elementos que se tornou uma das mais efetivas manifestações de expressão das camadas pobres em todo o mundo, uma vez que esse território reflete potências inexploradas.

O movimento, então, possibilitou a difusão desse território para outros locais sociais, em forma de denúncia e resistência. As letras dos raps são conhecidas pela sua postura carregada de narrativas, em que o autor relata fatos e experiencias de seu cotidiano, com uma dimensão crítica e de ensinamento moral.

Apesar da longevidade do movimento e seu imenso alcance, há quem pense que sua função é inexistente ou só pertença a camadas culturalmente empobrecidas. Mas pelo contrário, o movimento hip-hop vem para firmar seu espaço de cultura de rua carregada de contestação social e política de quem “sabe seu lugar”, e dele pretende-se transformar sem pedir licença.

O movimento hip-hop é pra “incomodar” e dissipar as estruturas em que o racismo se baseia, sendo fonte enriquecida de possibilidades e perspectivas de vivenciar o mundo fora do estigma da dor, mas através do poder da arte e do coletivo.