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24 de outubro de 2024 | Publicado por: Feminismos Plurais

Solidão da mulher negra

Cada nuance se torna mais complexa e desafiadora e precisam ser discutidas com seriedade.

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Você já ouviu falar sobre a “Solidão da mulher negra”?

O nome surgiu a partir dos estudos e pesquisas da pedagoga e mestra em Ciências Sociais Claudete Alves, evidenciados no livro “Virou Regra?” em que demonstra as desvantagens da mulher negra nos relacionamentos amorosos e matrimoniais, sob a perspectiva de que gosto é uma construção social e não simplesmente “biológico”. Nesse sentido, a pesquisa comprovou que são as negras que menos casam, as que mais marcam presença desacompanhadas.

Na mesma seara, a socióloga Ana Cláudia Lemos Pacheco dedicou-se a estudar as relações afetivas das mulheres negras. Em ambos os estudos verificamos uma tendência constante na vida dessas mulheres: a solidão e a preterição nos relacionamentos afetivos em relação às mulheres brancas.

O Censo de 2010, realizado pelo IBGE, revelou que 52,2% das mulheres negras no Brasil não viviam sequer uma união estável. Os dados ainda expõem que 70% dos brasileiros se casam com parceiros de mesma cor, isto é, pessoas brancas se casam com pessoas brancas, evidenciando o celibato definitivo de mulheres negras. Ou seja, as mulheres negras não são assumidas ou não desenvolvem relacionamentos amorosos por longos períodos gerando um celibato definitivo sem opção do contrário em suas vidas.

Contudo, importante ressaltar que a solidão da mulher preta assume diversas formas ante os atravessamentos racistas e sexistas vivenciados diariamente. A solitude e uma intensa sensação de não pertencimento podem aparecer no tratamento familiar, no trabalho, nas amizade… em qualquer ambiente ou relação em que existir exija sobreviver na pele preta.

Assim, com o debate já profundo, cada nuance se torna mais complexa e desafiadora, e precisam ser discutidas com seriedade.

Se interessou pelo tema? Esse será o próximo tema da nossa roda de conversa que vai acontecer na quinta-feira no Espaço Feminismos Plurais, no dia 24/10 a partir das 18h.

Depois da roda você poderá esclarecer suas dúvidas relacionadas a direito do trabalho, previdenciário e de família individualmente. Espaço Feminismos Plurais e LBS Advogadas e Advogados: seu lugar de fala, seu lugar de direitos. Te esperamos a partir das 18h na Avenida Chibarás 666, Moema.