Mês do Orgulho: desafios das mulheres LGBTQIAPN+

O mês de junho é um período dedicado ao Orgulho LGBTQIAPN+, visando celebrar aqueles que lutaram para a efetivação de direitos dessa população e reforçar o debate contra a supressão de direitos e a discriminação.

O mês remete à Revolta de Stonewall, ocorrida em 1969, quando a comunidade LGBTQIAPN+ resistiu à violência policial em Nova York. Lideranças como Marsha P. Johnson e Sylvia Rivera, mulheres trans negras, foram figuras centrais no levante que se tornou símbolo global da luta pelos direitos dessa comunidade.

Apesar da passagem do tempo, as pautas levantadas nos anos 1960 continuam atuais e urgente, principalmente, no cenário brasileiro.

A violência direta se soma a formas mais silenciosas de exclusão. Segundo dados do IBGE (2022), pessoas LGBTQIAPN+ negras, sobretudo mulheres, enfrentam barreiras severas no acesso à educação, saúde e mercado de trabalho.

Mulheres lésbicas, bissexuais e trans negras frequentemente se encontram em empregos informais, com baixos salários e ausência de direitos trabalhistas, além de sofrerem assédio e discriminação em ambientes laborais. Os números evidenciam que a violência física, exclusão social e apagamento político continuam a ser realidades diárias enfrentadas por essas mulheres.

O Mês do Orgulho deve ser mais do que uma celebração simbólica. É um espaço político de reivindicação de direitos, de denúncia das violências e de visibilidade para as existências que historicamente foram silenciadas.

Tratar sobre orgulho, neste contexto, é falar sobre resistência, memória e a urgência de transformação estrutural. Assim, em compromisso com os Direitos Humanos, é imprescindível que a luta contra esses desafios parta de todos os membros sociais que acreditam em uma sociedade verdadeiramente justa e igualitária.